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Fluxograma:
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NOME DO PRODUTO:
NOME EM INGLÊS:
Sinonimia:
BENZENOAMINA; 3,4-DICLORO-; 3,4 DICLOROBENZENOAMINA; ANILINA; p-CLOROANILINA;3,4 DCA; DCA
Código da ONU
Código CAS
Código NIOSH
COMPOSIÇÃO DO PRODUTO:
CL2C6H3NH2
DESCRIÇÃO DO PRODUTO:
Composto orgânico, líquido, incolor e ligeiramente amarelo de odor característico, que como muitas aminas aromáticas, lembra o cheiro de peixe podre, e um sabor aromático cáustico, de veneno amargo.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:
Peso molecular: 127,6 Dalton Pressão de vapor: 1 mmHg a 59.3°c. Aparência: Sólido, branco amarelado. Odor: Fraco, com cheiro de peixe. Ponto de ebulição (760mmHg): 230°c. Ponto de Fusão: 70°c. Solubilidade em água: Pouco solúvel (4% a 30ºc). Densidade específica (água = 1): Não disponível Densidade do gás: Limiar de odor – Não disponível Inflamabilidade – Taxa de Inflamabilidade –
Classificação NFPA
0= Minimo
1= Leve
2= Moderado
3= Serio
4= Severo
Saúde:
Minimo
Leve
Moderado
Serio
Severo
Inflamabilidade:
Minimo
Leve
Moderado
Serio
Severo
Reatividade:
Minimo
Leve
Moderado
Serio
Severo
Riscos Especiais:
INFORMAÇÕES GERAIS:
Vítimas expostas apenas à 3,4 DCA sob a forma gasosa não constituem risco de contaminação para os socorristas. No entanto, aquelas contaminadas com a forma líquida podem causar contaminação secundária do pessoal de atendimento por contato direto com a substância ou pela inalação do vapor. O vapor de 3,4 DCA é mais pesado que o ar e pose se acumular em espaços fechados e baixos. O vapor é combustível e tem o odor de peixe, o que serve como sinal de alerta para a exposição. A 3,4 DCA é rapidamente absorvida após inalação ou ingestão. A forma líquida ou vapor são absorvidas pela pele e podem gerar toxicidade sistêmica. Ela é pouco solúvel em água e é miscível com a maioria dos solventes orgânicos. OSHA PEL (permissible Exposure Limit) - 5 ppm (pele – acima de 8 horas de trabalho). NIOSH IDLH (Immediately Dangerous to Life or Health) – 100 ppm. Incompatibilidades: a 3,4 DCA reage com oxidantes fortes, ácidos fortes, álcalis e tolueno diisocianato. Reage violentamente benzenodiozonio-2-carboxilato, tricloro de bório, peróxido de dibenzoil a 90%, ácido perfórmico. Entra em combustão espontânea na presença de ácido nítrico vermelho fumegante.
VIAS DE EXPOSIÇÃO:
Inalação A 3,4 DCA inalada é rapidamente e quase que totalmente absorvida pelos pulmões, gerando toxicidade sistêmica. O odor aromático ou de peixe, é rapidamente percebido – 1 ppm é o limiar de percepção. Limiar esse que é inferior ao considerado seguro (OSHA PEL-TWA é de 5 ppm). O vapor é mais pesado que o ar, conforme dito anteriormente, se depositando em áreas mais baixas e podendo causar asfixia em espaços baixos, pouco ventilados ou em ambientes confinados. Crianças expostas à 3,4 DCA na mesma dosagem que adultos tendem a apresentar maior contaminação pelo fato de possuírem uma maior área respiratória proporcional. Ao mesmo tempo, podem entrar em contato com uma maior dosagem do produto pela baixa estatura e maior concentração de 3,4 DCAa na forma de vapor, localizada mais próxima ao solo. Pele O contato com a 3,4 DCA é irritante para a pele. Pode ser absorvida pela pele e evoluir com toxicidade sistêmica. Os efeitos sistêmicos da absorção cutânea podem ser retardados por várias horas. Crianças são mais vulneráveis pela maior área cutânea proporcional. Oftálmica O contato da 3,4 DCA com os olhos causa uma irritação de moderada intensidade. Ingestão A 3,4 DCA é rapidamente absorvida quando ingerida. Pode causar náuseas, vômitos e os efeitos tóxicos sistêmicos aparecem rapidamente após ingestão.
EFEITOS PARA A SAUDE:
Atenção A 3,4 DCA é irritante para pele, olhos e aparelho respiratório. Todas as vias de contaminação podem evoluir com efeitos sistêmicos. A 3,4 DCA induz à metahemoglobinemia que vai diminuir a oxigenação tissular. A 3,4 DCA também pode desencadear a hemólise, que vai se traduzir em anemia hemolítica aguda ou retardada. Como consequência à hemólise pode-se observar efeitos secundários no coração, fígado e rins. Como consequência à hipoxemia e hemólise, o paciente pode apresentar queixas cardiorrespiratórias, com o desenvolvimento de isquemia, arritmia e choque. Exposição Aguda Muitos dos efeitos adversos da 3,4 DCA estão relacionados em parte pela formação de metahemoglobinemia. A 3,4 DCA converte o Fe ² da hemoglobina em Fe³ , o que vai comprometer a capacidade de transporte de oxigênio. O mecanismo pelo qual a 3,4 DCA produz a metahemoglobinemia parece estar relacionado à presença de um metabólito ativo. A metahemoglobinemia desencadeada pela 3,4 DCA pode se desenvolver de forma bastante insidiosa e os sintomas podem ser retardados por horas. A produção da metahemoglobinemia pode continuar por mais de 20 horas após a exposição. A exposição a uma concentração entre 7 e 53 ppm do vapor de 3,4 DCA, pode causar sintomatologia insidiosa após várias horas da exposição e exposições a concentrações entre 100 e 160 ppm causam sérias alterações. Uma dose tão pequena quanto 1 (um) grama de 3,4 DCA, se ingerida, pode ser fatal para os humanos. As crianças e os idosos podem ser mais susceptíveis pelas características peculiares da faixa etária e podem necessitar protocolos específicos se não responderem bem ao protocolo padrão. Hematológicas A 3,4 DCA causa metahemoglobinemia e hemólise. Essas alterações podem ser detectadas pelos testes hematológicos e pode ser suspeitada pelo aspecto visual do sangue. Metahemoglobinemia é um achado comum em infantes maiores de um ano. As crianças podem ser mais susceptíveis à perda de efetividade da hemoglobina, por causa da relativa anemia, metabolismo mais acelerado e maior sensibilidade à hipóxia, quando comparados aos adultos. Os idosos, por terem capacidade vital reduzida, apresentam maior vulnerabilidade. Pacientes com patologias concomitantes, tendem a apresentar sintomatologia mais exuberante com metahemoglobinemia em menor percentagem. NÍVEL DE METAHEMOGLOBINEMIA SINAIS E SINTOMAS ESPERADOS 30 a 50% Cefaléia - Taquicardia Fadiga - Taquipnéia Tontura 50 a 70% Estupor – Bradicardia Depressão Respiratória – Arritmias Distúrbio Ácido-básico 60 a 70% Perda de Consciência Coma Parada Cardíaca Óbito Quando os níveis de metahemoglobina estão entre 15 e 30%, a pele do paciente se torna azulada, cor da metahemoglobina, não necessariamente sinal de quantidade inadequada de oxigênio no sangue. A cor do sangue é amarronzada. A metahemoglobinemia que ultrapassa os 70% é potencialmente letal se não tratada. A anemia hemolítica aguda ou tardia (2 a 7 dias), causada pela destruição das hemácias, também pode ocorrer como conseqüência da exposição à 3,4 DCA. Pacientes portadores de deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) ou alcoolismo apresentam risco aumentado para hemólise anilino desencadeada. Cardiovascular Pela hipóxia conseqüente aos efeitos hematológicos da 3,4 DCA, o paciente pode apresentar: • Arritmias • Bloqueio de ramo • Insuficiência cardíaca congestiva aguda • Colapso cardiovascular • Distúrbio metabólico grave Sistema Nervoso Central Os efeitos ao nível do SNC geralmente são transitórios e aparecem como conseqüência à hipoxemia. São os mais observados: • Confusão mental • Tinido • Letargia • Desorientação • Tontura • Alteração de marcha • Letargia • Convulsões • Perda da consciência • Coma Renal As alterações renais ocorrem como conseqüência da excreção hematológica. Pode-se observar: • Disúria • Hematúria • Metahemoglobinúria • Oligúria • Anúria • Insuficiência renal aguda • Irritação da parede de bexiga • Ulceração renal Cutânea Efeitos sistêmicos podem ocorrer como conseqüência da exposição cutânea. Pacientes com metahemoglobinemia podem ter a aparência cinzenta, bronzeada ou azulada. Observa-se, após contato cutâneo: • Dermatite leve a moderada • Hipersensibilização Pela maior área cutânea proporcional, as crianças tendem a absorver maior quantidade de 3,4 DCA que os adultos (em termos relativos) Oftálmica A 3,4 DCA pode causar: • Irritação ocular moderada • Lesão corneana • Descoloração. Hepática Pacientes expostos à 3,4 DCA podem evoluir com: • Icterícia • Lesão hepática. Gastrointestinal • Náuseas • Vômitos Respiratória A inalação de 3,4 DCA vai desencadear quadro de: • Tosse • Dificuldade para respirar A oximetria de pulso vai ser prejudicada pela metahemoglobinemia. Vai haver leitura errada pelo oxímetro, que vai mostrar níveis mais elevados que o real. Para avaliação adequada deve-se colher sangue arterial para hemogasometria. As crianças tendem a ser mais vulneráveis pela maior área pulmonar proporcional, associada à dificuldade de evasão do local contaminado. Potenciais Seqüelas As seqüelas ocorrem como conseqüência das lesões agudas produzidas pela 3,4 DCA a nível encefálico, cardíaco e renal. Exposição Crônica O contato crônico pode causar: • Anemia • Cefaléia • Tremores • Parestesias • Quadros álgicos • Narcose • Coma • Lesão cardíaca, renal e hepática – conseqüente à hemólise A exposição crônica pode ser mais grave nas crianças, pelo potencial de maior período de latência. Carcinogenicidade Não há relatos, até o momento, de carcinogenicidade da 3,4 DCA. Os casos de câncer de bexiga registrados em trabalhadores expostos à 3,4 DCA não foram comprovadamente relacionados à substância. Houve exposição concomitante a outros produtos químicos. Efeitos Sobre a Reprodução e Desenvolvimento Não há dados na literatura evidenciando que a 3,4 DCA cause alterações sobre a reprodução humana. Foi registrado, em mulheres expostas, uma maior incidência de afecções ginecológicas, assim como de abortos espontâneos. A 3,4 DCA pode cruzar a barreira placentária e induzir à metahemoglobinemia na criança e no adulto simultaneamente. O fígado fetal pode transformar a 3,4 DCA N-oxigenada em fenilhidroxialanina, que apresenta maior potência para induzir à metahemoglobinemia. Pelo fato da hemoglobina fetal ser mais facilmente oxidada em metahemoglobina e mais lentamente reduzida a hemoglobina normal, os níveis de metahemoglobinemia nos fetos são maiores que nas mães. Não há dados que comprovem a passagem da 3,4 DCA pelo aleitamento materno.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
Atenção • Vítimas expostas apenas à 3,4 DCA na forma de gás ou vapor não constituem risco para os socorristas de contaminação secundária. Diferentemente daquelas cujas roupas ou pele estão contaminadas com a forma líquida, que podem contaminar secundariamente os socorristas pelo vapor emanado ou pelo contato direto com o produto. A 3,4 DCA é irritante para olhos e pele e pode causar efeitos sistêmicos por qualquer via de exposição. Efeitos esses que incluem metahemoglobinemia e hemólise. Depressão do SNC e colapso cardiovascular também podem ocorrer, mas geralmente conseqüentes à hipoxemia. O tratamento imediato para a intoxicação por 3,4 DCA consiste em descontaminação e suporte cardiorrespiratório. Oxigênio suplementar e sintomáticos devem ser administrados. Azul de Metileno – antídoto para a metahemoglobinemia – deve ser administrado assim que possível. Zona Quente Deve haver treinamento e equipamento de proteção adequada para que a equipe entre na zona de risco. Proteção para o Socorrista Não esquecer que a 3,4 DCA pode ser absorvida por qualquer via de exposição. Respiratória - Há necessidade de uso de máscara com ar enviado. Cutânea – Há necessidade do uso de vestes que garantam a proteção química da pele pelo fato da 3,4 DCA poder ser absorvida pela pele e o contato direto pode causar irritação e queimaduras. Suporte Básico de Vida Acesso imediato à via aérea do paciente. Se houver suspeita de trauma associado, manter imobilização da coluna cervical. Assim que possível posicionar um colar cervical e manter o paciente imobilizado sobre prancha rígida. Assegurar boa respiração e circulação. Se a vítima puder andar, orientá-la para a saída imediata da zona de descontaminação. Em caso da impossibilidade da mesma andar, removê-la em maca, liteira, amparada ou carregada. A vítima deve ser orientada a fazer o mínimo de movimento possível, pois a hipoxemia causada pela metahemoglobinemia pode ser exacerbada pelos esforços físicos.
AREAS DE DESCONTAMINAÇÃO:
Zona de Descontaminação As vítimas de exposição à 3,4 DCA sob a forma de gás ou vapor e que não têm irritação cutânea ou oftálmica, não necessitam descontaminação e devem ser transferidas imediatamente para a zona de atendimento médico. Todas as outras vítimas requerem descontaminação. Os socorristas nessa área – se os níveis de contaminação forem considerados baixos e seguros – não necessitam de equipamentos de proteção tão pesados como os da zona quente. Suporte Básico de Vida Permeabilizar vias aéreas, garantir ventilação e circulação adequadas. Se há suspeita de trauma, imobilizar a coluna cervical e posicionar o mais rápido possível, um colar cervical e colocar o paciente na prancha rígida – se não houver sido realizado anteriormente. Administrar oxigênio complementar – 6 l/minuto – com máscara com bolsa se necessário. Descontaminação A descontaminação imediata é de importância vital e crítica. Aqueles que estiverem conscientes e andando podem ser responsáveis pela própria descontaminação, orientados a não realizarem esforços além do necessário, por causa do risco de exacerbação da hipoxemia. Despir ou cortar vestes contaminadas e isolá-las em sacos plásticos duplos e lacrados. Incluir roupas íntimas: o paciente deve ficar completamente despido. A importância disso reside no fato de que o produto que se mantiver em contato com o corpo por intermédio das roupas íntimas vai continuar como agente contaminante ativo e atuante. Simultaneamente ao ato de despir o paciente, iniciar descontaminação com água corrente ou soro de forma abundante, por pelo menos 10 minutos. Molhar completamente o paciente – incluindo cabeça – passar sabão neutro e enxaguar por 2 a 3 minutos. Repetir a operação. Cuidado com hipotermia, principalmente quando se tratar de crianças e idosos. Se necessário utilizar cobertores ou mantas. Pacientes vítimas de exposição oftálmica devem ser submetidos à irrigação com água corrente por um período mínimo de 15 minutos. Em caso de haver a presença de lentes de contato essas devem ser retiradas de forma cuidadosa, para que não haja trauma secundário. Continuar irrigação durante todo o processo de descontaminação e enquanto houver sintomatologia até a chegada na zona de atendimento médico. Em caso de ingestão, NÃO induzir ao vômito. As vítimas que estiverem conscientes devem receber, via oral, uma dosagem de 1 g/kg de carvão ativado. Em adultos, a dose usual é de 60 a 90 g e nas crianças 25 a 50g. Transferência para Zona de Atendimento em Campo Assim que houver terminado a descontaminação, transferir a vítima para a zona de atendimento médico.
ZONA DE ATENDIMENTO:
Assegurar-se de que houve a descontaminação adequada. Em caso negativo, descontaminar conforme descrito anteriormente. As vítimas já descontaminadas ou expostas apenas ao gás ou vapor, não constituem riscos para os socorristas. Não há necessidade de uso de roupas de proteção especiais por parte dos socorristas. Permeabilizar via aérea imediatamente. Em caso de suspeita de trauma, manter imobilização de coluna cervical com colar e prancha rígida se não houver sido realizado anteriormente. Garantir boa ventilação e circulação, fornecendo oxigênio suplementar via máscara com bolsa se necessário. Acesso venoso calibroso. Monitorização cardíaca. Nos casos de Metahemoglobinemia com níveis baixos de metahemoglobina, a coloração da pele não é um bom indicador para avaliação da hipoxemia ou perfusão inadequada, pois a aparente cianose não é causada pela hipoxemia real, mas sim pela pigmentação da metahemoglobina. Realizar hemogasometria arterial e dosagem da metahemoglobina. Se necessário, repetir a descontaminação cutânea ou oftálmica. Não induzir ao vômito nos casos de ingestão. Se vítima alerta e consciente, administrar carvão ativado na dose de 1 g/kg (60 a 90 g no adulto e 25 a 50 g na criança).
TRATAMENTO HOSPITALAR:
Tratamento Avançado Certificar-se de que houve a descontaminação adequada anteriormente. Não há necessidade de roupa de proteção especial para a equipe de atendimento. Continuar irrigando pele e olhos expostos. No caso de ingestão não induzir ao vômito, administrar carvão ativado se vítima consciente. Em caso de comprometimento respiratório, assegurar via aérea com entubação ou cricotireoidostomia. Garantir boa ventilação e circulação, fornecendo oxigênio suplementar via máscara com bolsa se necessário. Acesso venoso calibroso. Monitorização cardíaca. Tratar pacientes com broncoespasmo com broncodilatadores aerosóis, pois intoxicações por produtos químicos associados podem levar a uma sensibilização miocárdica e o uso dessas drogas parenterais pode elevar o risco de toxicidade ao órgão. A intoxicação pela 3,4 DCA isoladamente não mostrou efeito sinérgico de toxicidade quando associado ao uso de broncodilatadores parenterais. Pacientes em coma, hipotensos ou crises convulsivas, devem ser tratados conforme protocolos específicos de suporte avançado de vida (ALS). Antídoto O antídoto para a intoxicação por 3,4 DCA é o Azul de Metileno. Administrar para os pacientes que apresentam quadro cardiorrespiratório. A dose preconizada por via venosa é 1 a 2 mg de azul de metileno por kg de peso (0,1 a 0,2 ml/kg da solução a 1%), infundido em 5 a 10 minutos e repetido após uma hora se necessário. A resposta clínica ocorre entre 30 a 60 minutos. A dose total nas 24 horas não deve exceder a 7 mg/kg, pois o azul de metileno, por si só, pode causar hemólise se em dose elevada. Considerar a possibilidade de tratamento em câmara hiperbárica para os pacientes que não responderem ao tratamento com azul de metileno. Transporte para Hospital Apenas pacientes descontaminados ou que não requeiram mais descontaminação devem ser transportados para o hospital. Antes do transporte, o hospital e o médico responsável devem ser comunicados e informados sobre as condições do paciente e tempo para chegada no local. Nos casos de ingestão, preparar a ambulância com várias toalhas e sacos descartáveis já abertos para rapidamente limpar e isolar o vômito com conteúdo tóxico. Não esquecer de também se proteger. Múltiplos Casos Os pacientes expostos com a sintomatologia abaixo devem ser transferidos para avaliação médica: 1. Cianose 2. Tontura 3. Cefaléia 4. Irritação cutânea severa Aqueles expostos à 3,4 DCA na forma de gás ou vapor e estiverem assintomáticos, não têm potencial risco de complicações. Após terem sido registrados o nome, endereço e telefone dos mesmos, eles devem ser liberados com orientação de retorno imediato ao serviço em caso de aparecimento sintomatológico.
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA:
Atenção Pacientes vítimas de contaminação pela 3,4 DCA sob forma de gás ou vapor, não se constituem risco para a equipe de atendimento. No entanto, pacientes que chegam com roupas ou pele molhados pela 3,4 DCA ou aqueles que estão vomitando após ingestão, são fontes de contaminação para todos na proximidade, pelo gás emanado ou pelo contato direto com o produto. A exposição à 3,4 DCA pode causar metahemoglobinemia e hemólise. A depressão do SNC e alterações cardiológicas geralmente ocorrem como conseqüência da hipoxemia. O tratamento imediato da exposição à 3,4 DCA consiste em suporte cardiorrespiratório e administração do antídoto para a metahemoglobinemia: o Azul de Metileno. Aqueles que chegam já descontaminados devem ser enviados imediatamente à UTI. Os outros devem ser descontaminados antes. Pela maior área corporal proporcional, há maior absorção pela pele, as crianças tendem a apresentar sintomatologia mais exuberante e grave. Atenção especial deve ser dada à avaliação da cavidade oral das crianças, pois há o hábito nelas de levar a mão à boca, o que pode gerar contaminação sistêmica e lesão local. Suporte Básico Avaliar e abrir vias aéreas. Garantir respiração e circulação, se necessário com entubação ou cricotireoidostomia. Pesquisar por sinais de edema de laringe e comprometimento de vias aéreas. Em caso de broncoespasmo dar preferência a agentes aerosóis, por causa do risco de toxicidade miocárdica em certas exposições químicas múltiplas. Esse efeito é mais observado no paciente idoso. Não há relatos de que a 3,4 DCA, isoladamente, eleve o risco de toxicidade miocárdica quando associado aos broncodilatadores parenterais. Pacientes comatosos, hipotensos, em crise convulsiva ou com arritmias, devem ser tratados de acordo com os protocolos específicos. Caso o paciente não tenha sido descontaminado anteriormente, iniciar imediatamente a descontaminação conforme descrito mais acima. A descontaminação imediata é crítica. Despir completamente o paciente e lacrar, em sacos duplos, o material contaminado. Não esquecer de se auto-proteger para não se tornar vítima. Usar duas luvas de borracha. Cuidado com hipotermia, principalmente nos idosos e nas crianças. Se necessário, utilizar cobertores ou aquecedores. Os pacientes que estiverem andando poderão ser responsáveis pela própria descontaminação – sob observação sempre e orientados a não realizar esforços desnecessários. No caso de exposição oftálmica – pacientes ainda não descontaminados – irrigar os olhos com água corrente por pelo menos 15 minutos. Remover cuidadosamente lentes de contato se presentes e se ainda não removidas, observando para não causar trauma secundário. Continuar irrigação até a chegada do paciente à UTI. Em caso de ingestão, não induzir ao vômito. Se consciente e deglutindo, administrar carvão ativado na dose preconizada (1 g/kg de peso: adultos 60 a 90 g e crianças 25 a 50g) se já não houver sido feito anteriormente. Endoscopia o mais precoce possível para avaliar danos ao aparelho digestivo. Medidas de suporte para tratamento das complicações. Oximetria de pulso e monitorização cardíaca constantes. ATENDIMENTO NA UTI Certificar-se de que já houve descontaminação adequada anteriormente. Em caso negativo, imediatamente iniciar o procedimento de descontaminação conforme descrito anteriormente. Avaliar e abrir vias aéreas. Garantir respiração e circulação, se necessário com entubação ou cricotireoidostomia. As crianças tendem a ser mais vulneráveis, pelo menor diâmetro das vias aéreas e pela maior área cutânea proporcional. Acesso venoso se não realizado anteriormente. Pacientes sintomáticos devem ser mantidos sob oxigenação por Máscara de Venturi 50% Pacientes comatosos, hipotensos, em crise convulsiva ou com arritmias, devem ser tratados de acordo com os protocolos específicos. Inalação Administrar, por Máscara de Venturi 50%, oxigênio suplementar, para os pacientes com alterações respiratórias. Em caso de broncoespasmo dar preferência a agentes aerosóis, por causa do risco de toxicidade miocárdica em certas exposições químicas múltiplas. Esse efeito é mais observado no paciente idoso. Não há relatos de que a 3,4 DCA, isoladamente, eleve o risco de toxicidade miocárdica quando associado aos broncodilatadores parenterais. Pacientes comatosos, hipotensos, em crise convulsiva ou com arritmias, devem ser tratados de acordo com os protocolos específicos. Exposição Cutânea Em caso de queimaduras, tratar como queimadura térmica. Pacientes que evoluem com reação de hipersensibilidade podem requerer tratamento com antihistamínicos e corticosteróides tópicos e/ou sistêmicos. Exposição Oftálmica Certificar-se de que houve descontaminação adequada dos olhos. Testar acuidade visual se houver lesão oftálmica evidente. Avaliar à procura de lesão corneana. Avaliação pelo oftalmologista imediatamente para os que estiverem sintomáticos. Ingestão Não induzir ao vômito – pode re expor o esôfago e cavidade oral, com risco de queimaduras e/ou lesões respiratórias aspirativas. A lavagem gástrica deve ser considerada em certos casos, no preparo para realização da endoscopia. Considerar a lavagem gástrica com uma sonda nasogástrica fina quando: 1. Houve ingestão de dose elevada 2. Presença de lesão oral ou desconforto esofagiano mantido 3. A lavagem puder ser realizada até uma hora após a ingestão Cuidado extremo deve ser tomado no momento da passagem da SNG às cegas, pois o risco de lesão iatrogênica existe e não deve ser desprezado. Considerar endoscopia digestiva alta o mais precoce possível – nas primeiras horas – para avaliar extensão da lesão. Se o paciente estiver alerta e consciente e ainda não houver sido administrado, dar ao paciente carvão ativado na dose de 1g/kg de peso (adultos 60 a 90 g e crianças 25 a 50 g). O edema de faringe, laringe ou cordas vocais pode indicar entubação precoce ou cricotireodostomia. Pelo fato das crianças não ingerirem uma grande quantidade de produto corrosivo associado ao risco de perfuração digestiva durante sondagem às cegas, a lavagem gástrica nessa faixa etária é desencorajada. A não ser que realizada sob visão direta pela endoscopia digestiva. O vômito e o conteúdo gástrico são considerados tóxicos e devem ser isolados, conectando-se a SNG ao aspirador de parede ou a contêiner isolado e lacrado. Antídotos e Outros Tratamentos Azul de Metileno – deve ser considerado para os pacientes que apresentem sinais e sintomas de hipoxemia (não apenas cianose) ou pacientes com metahemoglobinemia acima de 30%. A cianose isoladamente não requer o uso do azul de metileno. O azul de metileno não é efetivo nos pacientes portadores de deficiência de G6PD, além do que, seu uso ainda pode desencadear hemólise. A dose preconizada do azul de metileno: • 1 a 2 mg/kg de peso corporal (0.1 a 0.2 ml/kg da solução a 1%) • Uso venoso, infundido em 5 a 10 minutos. • Repetir após 1 hora, se necessário. • A dose total nas 24 horas não deve exceder a 7 mg/kg (doses maiores que 15 mg/kg podem induzir hemólise) A resposta à terapêutica normalmente é observada dentro de 30 a 60 minutos após a administração do carvão ativado. Efeitos colaterais mais comumente observados: 1. Náuseas 2. Vômitos 3. Dor abdominal 4. Dor torácica 5. Tontura 6. Disúria 7. Diaforese Considerar oxigenioterapia hiperbárica para os pacientes refratários ao azul de metileno. Avaliar a necessidade do uso de exsanguíneo transfusão para os pacientes severamente intoxicados e com deterioração clínica, a despeito de todo o suporte terapêutico adequado. O uso venoso do ácido ascórbico para os intoxicados severamente ainda não teve a sua eficácia comprovada.
EXAMES COMPLEMENTARES:
• Hemograma • Glicemia • Dosagem de eletrólitos • Função renal • Função hepática • Dosagem da metahemoglobinemia – repetido a intervalos regulares nas 24 horas para avaliação da resposta à terapêutica • Raios X de tórax • ECG • Hemogasometria arterial A metahemoglobinemia pode ser avaliada à cabeceira do paciente pela coloração cutânea característica marrom achocolatada. Níveis de metahemoglobinemia acima de 10% podem ser detectados pela comparação de uma gota de sangue suspeita e uma gota normal, pingadas sobre um filtro de papel ou gaze.
EFEITOS RETARDADOS:
A hemólise pode ocorrer após 24 horas ou mais após a exposição. Observar pacientes internados por sinais de insuficiência renal aguda ou arritmias.
LIBERAÇÃO DO PACIENTE:
Os pacientes expostos devem ser mantidos em observação por um período de 6 horas, para detectar a metahemoglobinemia retardada. Aqueles pacientes que permanecerem assintomáticos por um período de 6 a 12 horas, podem ser liberados, orientados a retornarem ao serviço em caso de aparecimento de sintomas. O fumo pode exacerbar a lesão pulmonar – mesmo a leve – e deve-se manter abstinência por pelo menos 72 horas após a exposição. Seguimento Monitorar pacientes expostos de forma significante (determinada pelos níveis de metahemoglobinemia), a procura de efeitos de hipóxia e hemólise. Uma crise hemolítica pode ocorrer 2 a 7 dias após a metahemoglobinemia. Fígado, rins,e coração podem apresentar alterações secundárias à hemólise. Pacientes com lesão corneana devem ser reavaliados pelo oftalmologista após 24 horas.
REFERÊNCIAS:
Material pesquisado por: Médico do PAME Dr.Claudio Azoubel Filho. Referências da Pesquisa: Ver arquivo Técnico no PAME. Período da Pesquisa: 2009. BAMEQ Atualizado em: 2017.
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